sábado, 26 de abril de 2014

Negócios Sociais: Uma Prosposta de Pesquisa Articulada pela Cátedra.

(Na foto: Thais Bruschi, Gabriela Guimaraes, Tatiana Moraes Bittencourt, Tiago Garcia e  Rodrigo Martins)






No último dia 25/04 membros da Cátedra Ozires Silva – Capítulo Londrina se reuniam no ISAE para mais um encontro. Nesta oportunidade, foi apresentado a Palestra  Empreendedorismo Social, por Tatiane Bittencourt, que falou sobre a Artemísia, uma organização sem fins lucrativos, pioneira na disseminação e no fomento de negócios de impacto social no Brasil. No encontro também falamos das perspectivas de engajamento dos alunos do ISAE|FGV para a produção de artigos e estudos de casos de organizações de Londrina que se enquadram na temática.

(por Tiago Garcia)

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sexta-feira, 25 de abril de 2014

O impacto do dia.

Prof. Dr. Tomas Drunkenmolle em palestra para Cátedra Ozires Silva - Curitiba em 08/04/14
(Foto: acervo do ISAE)


Já dizia meu avô: - “às vezes é bom levar uma “chacoalhada “ para acordar para a realidade”. 
 
Essa “chacoalhada” foi o que levamos hoje, pela manhã, quando fomos premiados com a fala do Dr. Tomas Drunkenmölle, que nos despertou para o formato atual (Atual?? Será? Parece que já vi esse filme... ) da nossa educação brasileira.  Iniciou seu breve discurso lembrando dos tempos da guerra fria entre Estados Unidos e Rússia quando um avião considerado quase perfeito mas que , apesar disso, levou a muitos acidentes  provocando muitas mortes . Preocupados com os motivos dessas falhas, após muitos estudos, descobriu-se que o problema estava na altura dos pilotos, completamente desiguais ( altos, baixos, medianos ).

Sendo assim, quando iam fazer alguma manobra importante e rápida os pilotos altos não conseguiam porque suas pernas eram longas demais e os baixos também não conseguiam porque as pernas eram curtas demais e assim perdiam o tempo da manobra o que provocava os acidentes. Comparou então o avião ao nosso Sistema Público de Ensino criado para a maioria da população (65 a 70%) por oferecer menor custo tratando a todos como iguais.  No entanto esse sistema deixa de lado os cidadãos com diferentes perfis o que tem como conseqüência o desinteresse total dos alunos pelos conhecimentos ministrados.

Segundo o palestrante, educação é para o ser humano que é diversificado e que traz de volta a mais alta bonificação.  Em Educação não se deve olhar preço, mas, sim, o retorno desse investimento. O importante é nos sentirmos capazes de fazer mudanças e de sermos responsáveis pelo desenvolvimento do país se não quisermos nos sentir sempre fechados em uma caixa (box in) ou vestindo calçados e roupas de tamanho único gerando desconforto e mal- estar.

Parece então que, do que pudemos entender, a chave está aí:

Educação para pessoas com diferentes perfis e preocupação com a aprendizagem já que, hoje, o aluno da nova geração (y ou z) desenvolve habilidades que antes não eram possíveis.

Ao término de sua fala o Dr. Tomas abriu para perguntas. Ninguém se manifestou num primeiro momento. 

Todos chocados e paralisados sem reação para sair daquela terrível constatação.  Foi uma lição e tanto.

Obrigada Dr. Tomas pela “chacoalhada” de hoje. Nos fez muito bem.

Ficaremos acordados e alertas por um bom tempo.


Que seja para sempre!




Dulce Torres Graduada em Letras-Inglês pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1976) e Mestrado em Ciências da Educação pela Universidade Internacional de Lisboa (2004).  Especialização em Metodologia do Ensino Superior pela FESP/PR e  em Ciências da Educação pela Faculdade Internacional de Curitiba (FACINTER). Professora/avaliadora do Centro Universitário UNINTER e da Faculdade Educacional da Lapa. Assessora para Assuntos Externos junto a Reitoria UNINTER.
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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Insight Criativo e a Imaginação.

(Nome: Hot Air Ballon - Autor: gbatistini)

A inovação entrou definitivamente na agenda do executivo brasileiro. Isso tem acontecido sobretudo, devido a influência do Design thinking, movimento originário da Ideo, que traz princípios do design como base para o desenvolvimento de estratégias inovadoras de negócio.

Acredito que isso por si só foi um grande avanço. Acerca de 15 anos atrás, a palavra criação não era sequer mencionada nas organizações. As ações corporativas partiam sempre de algum modelo de referência existente.

Exemplos de empresas inovadoras ainda não tinham caído no domínio público. A Apple estava retomando sua atuação inspiradora através do genial Steve Jobs.

Mas como toda prática que acaba sendo rapidamente difundida no mercado, acredito que existam pontos importantes ainda não discutidos, se tivermos em mente que, de lá pra cá, a inovação passou a ser percebida como uma necessidade a ser viabilizada pelas organizações.

Num primeiro momento, as organizações procuraram formas familiares de lidar e interagir com seus problemas de forma inovadora, preferindo a sistematização do processo de desenho de soluções.

Naquele momento, não houve um grande questionamento referente à necessidade de se buscar formas de desenvolvimento de uma mentalidade mais criativa e inovadora nos negócios.

O mercado já começava a reconhecer e buscar talentos criativos. Apresentar-se como porta voz da inovação, gerava percepções positivas. Mas isso nem sempre fazia com que tivéssemos concepções realmente originais de negócio.

Com a prática consultiva, percebi, entretanto, que o resultado e o tipo de ideias geradas por essas práticas, possuíam um fundo comum, independente do grupo e do problema em foco.

Algo fazia com que os grupos lançassem ideias que se assemelhassem a modelos de empresas inovadoras bem sucedidas, principalmente quando este modelo era inspirado por empresas de tecnologia. Os grupos se ocupavam mais em parecer inovadores que criar livremente.

Nesse momento sempre me perguntava o que acontecia para obtermos ideias tão pouco expressivas e o que isto de fato significava, já que estávamos atentos a todos os pormenores que as metodologias preconizavam.

Passei a entender que para além da aplicação cuidadosa de metodologias, estava no fundo lidando com a imaginação humana em toda a sua potencialidade realizadora. Na medida em que evoluía nessa direção, passei a compreender que a imaginação podia ser desenvolvida e aprimorada, levando a um alargamento dos horizontes e potenciais das pessoas.

Para tanto, é importante entendermos que o insight criativo não deve ser buscado como resultado da sistematização, ainda que esta sistematização seja amparada por princípios de descoberta. Isso é uma falsa compreensão do fenômeno!

A criação vem de um processo dinâmico e complexo que leva a mente humana a imaginar uma resposta nova. Esse dinamismo criativo deve nos conduzir para além dos caminhos anteriormente trilhados, ainda que estes tenham se mostrado bem sucedidos.

Isso porque, entre a primeira percepção, até chegarmos ao momento de Eureka, temos uma infindade de pensamentos e padrões de pensamento, que poderão se desenvolver em novas direções, e que, em última análise, não podem ser antecipadas ou previstas.

O campo da criatividade é mais amplo e multiforme do que podemos esperar.
Acredito que pouco espaço se deu para que entendamos que a imaginação no fim das contas é o que realmente importa.

No desdobramento imaginativo, novos dados são criados na mente ativa, permitindo criação de novas sínteses que não se apoiam na experiência precedente. Esse processo dinâmico possui um caráter generativo e positivo. É a fonte primária pelas quais novas formas de pensar surgem.

Nesse sentido, o insight criativo é resultante da imaginação em movimento, que dentro de uma avaliação mais ampla, gera os caminhos possíveis, interage e cria novas realidades.

Se passarmos a aceitar isso, que a resposta criativa é resultado do desenvolvimento da nossa imaginação, deveríamos nos ocupar em entender como levar a imaginação ao seu maior esplendor.

Ao invés disso percebo, sobretudo, uma tentativa de justificar formas inovadoras de pensar, valendo-se de uma pesquisa significativa da realidade de nossos clientes e da experimentação controlada de novos produtos e serviços.

De uma maneira muito fundamental, imaginar novos mundos significa negar a realidade imediata e acessível por todos e apostar na capacidade subjetiva dos indivíduos. E esse tipo de aposta é ainda estranha no mundo corporativo.

Por conta disso, creio que o design thinking ampara a sua perspectiva numa espécie de engenharia reversa da inovação. Partindo da pesquisa de como as soluções vieram a se tornar sucessos de mercado, buscou criar formas para fazer que as pessoas enxergarem mais, ao invés de imaginarem mais e diferentemente.

Evidentemente que muitas ideias surgirão, mas creio que muitas delas não suscitarão novas crenças nos grupos e líderes e por causa disso a transformação não vem.

Pense nisso, na próxima vez que aquela dinâmica criativa não funcionar do jeito que você esperava, talvez não tenha faltado empenho na aplicação da metodologia, talvez tenha faltado um despertar genuíno para a imaginação.


(por Marcelo Alessandro Fernandes)


Marcelo Alessandro Fernandes é Engenheiro de Produção pela UFSC. Pesquisador das áreas de Imaginação, Cognição Criativa e Psicodrama. Possui Mestrado em Inovação também pela UFSC e formação em Psicodrama e Sociodrama pela ABPS. É membro do Comitê Executivo da Cátedra Ozires Silva de Empreendedorismo e Inovação Sustentáveis. (e-mail de contato: marceloalessandro@gmail.com)

terça-feira, 8 de abril de 2014

Sustentabilidade como diferencial competitivo.

Não é de hoje que a sustentabilidade tem ganhado espaço no planejamento estratégico das empresas. Cada vez mais empreendedores enxergam a sustentabilidade como fonte de vantagem competitiva e lucro. É o que indica pesquisa da MIT Sloan Management Review e o The Boston Consulting Group que acompanha a evolução da percepção da sustentabilidade.

Esse estudo contou com milhares de executivos e gerentes em todo o mundo e detectou que a sustentabilidade já se tornou elemento permanente da agenda de muitas empresas e de lucro para algumas. Dos entrevistados, 37% relataram lucro associado à sustentabilidade (sendo que em 2011, esse indicador era de apenas 23%). Além disso, 48% das empresas modificaram seus modelos de negócio em decorrência das oportunidades geradas pelas ações de sustentabilidade – um salto de 20% na comparação com o levantamento anterior.

Já é de amplo conhecimento que as empresas, cujos valores são percebidos como positivos pela sociedade, tendem a ter uma vida longa. Isso se aplica a empresas de qualquer tamanho, e os empreendedores brasileiros já despertaram para esse cenário. Um levantamento do Sebrae mostra que, de fato, as empresas nacionais, em sua maioria, realizam ações com foco na sustentabilidade. A pesquisa ouviu 3.912 empresários de micro e pequenas empresas no Brasil, destes 70,2% realizam coleta seletiva de lixo; e fazem controle do consumo de papel (72,4%), água (80,6%) e energia (81,7%).

Essas iniciativas que vão desde o uso dos recursos humanos à mitigação de impactos no ambiente, são o marco inicial para gerar oportunidade e fonte de lucro como empreendedor, além de contribuir com o desenvolvimento sustentável do planeta, simultaneamente. Embora a pesquisa mostre que são ações pontuais, sai na frente quem passa a incorporar valores como esses no DNA dos seus negócios. 


(por Norman de Paula A. Filho originalmente para Gazeta do Povo – Caderno Empreender FEV/2014)



Norman de Paula Arruda Filho – Presidente do ISAE/FGV, presidente do capítulo brasileiro do PRME Chapter Brasil, professor do Mestrado Profissional em Governança e Sustentabilidade do ISAE e Coordenador da Cátedra Ozires Silva de Empreenedorismo e Inovação Sustentáveis.
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